Erguendo a voz, Jesus disse:

Quem acredita em Mim, não é em Mim que acredita, mas Naquele que me enviou; e quem Me vê a Mim, vê Aquele que Me enviou.

Eu vim como luz ao mundo, para que todo aquele que crê em Mim não permaneça nas trevas. (João 12, 44-46)



terça-feira, 29 de abril de 2014

    OUVIR

Se te peço para me ouvires e me dás conselhos, não fazes o que te pedi.

Se te peço para me ouvires e me dizes porque não me devo sentir assim, pisas os meus sentimentos.

Se te peço para me ouvires e julgas que tens de resolver os meus problemas, não me ajudas, embora pareça estranho.

Talvez por isso, a oração sirva a algumas pessoas, porque Deus não fala, nem dá conselhos, nem tenta concertar as coisas.

Ele apenas ouve e confia em ti para resolveres por ti próprio.

Por isso, por favor, ouve e escuta-me.

E se quiseres falar, espera um pouco pela tua vez e eu prometo ouvir-te também.
 

 

terça-feira, 22 de abril de 2014


CORAÇÃO COM CORAÇÃO


 
Olho-te com amor e carinho,
Diz Jesus enternecido,
Quero ser o teu caminho,
E nunca um desconhecido.
 
Envolvo-te no meu abraço,
E dou-te a minha protecção,
Vou dissipando o teu cansaço,
E levo-te paz ao coração.
 
Sou o caminho que te conforta,
O aconchego que te faz sorrir,
Bateste na minha porta ,
Fiquei feliz de a abrir.
 
Repousa no meu amor,
Que eu velo pelo teu sono,
Eu sou o teu defensor,
Escolheste-me para teu dono.
 
Viajo contigo nos sonhos,
Desperto-te com beijos de Luz,
E nos teus lábios risonhos,
Alivio a minha Cruz.
 
O meu coração é o teu ninho,
Só ele te abriga do medo,
Nele encontras o carinho,
Que só aos meus filhos concedo.
 
Dou-te a força e a coragem,
Para que te sintas feliz,
Partilha na tua viagem,
O que o meu coração te diz.
 
Eu Sou aquele que te guarda,
E estarei sempre contigo,
Tu és a minha morada,
E eu sou o teu abrigo.


Conceição  Ferreira

segunda-feira, 21 de abril de 2014

  A Segunda-Feira do Anjo

Hoje é a Segunda-Feira de Páscoa, tradicionalmente chamada a Segunda- Feira do Anjo porque, no evento extraordinário da Ressurreição, os anjos aparecem, ao lado das mulheres e dos Apóstolos, como protagonistas significativos. É precisamente um anjo que, do sepulcro vazio, dirige a primeira mensagem às mulheres que ali chegam para completar a inumação do corpo de Jesus. Ele diz-lhes: « Não vos assusteis! ». E acrescenta: «Buscais a Jesus de Nazaré, o Crucificado Ressuscitou, não está aqui» (Mc. 16, 6).
 
Os anjos, além de na Ressurreição, estão presentes com discrição em todos os momentos mais importantes da vida de Jesus. Anunciam o Seu nascimento (cf. Mt. 1, 20; Lc. 1, 26; 2, 9), guiam a Sua fuga para o Egipto e o retorno à Pátria (cf. Mt. 2, 13.19), servem-Lhe de conforto no final das tentações no deserto (cf. Mt. 4, 11) e na hora da paixão (cf. Lc. 22, 43); no fim dos tempos, estarão ao lado do Redentor no momento do Juízo sobre a história e o mundo (cf. Mt. 13, 41).
Os anjos, portanto, estão ao serviço dos planos de Deus nos momentos fundamentais da história da salvação. Como enviados de Deus, funcionam como mensageiros da Sua vontade redentora.
A presença dos anjos é vista pela Escritura e pela incessante fé eclesial como sinal de uma intervenção especial da Providência e como anúncio de realidades novas, que trazem consigo redenção e salvação.
 
A festa de hoje prolonga, então, a intensa alegria da Páscoa. A Liturgia repete: «Este é o dia feito pelo Senhor: alegremo-nos e exultemos!». O anúncio pascal, que o mensageiro divino dirigiu às mulheres, é repetido a cada um de nós pelo nosso anjo da guarda: «Não temas! Abre o coração a Cristo ressuscitado».
 
Pondo ao nosso lado o Seu anjo, o Senhor quer acompanhar cada momento da nossa existência com o Seu amor e com a Sua protecção, para que possamos combater a boa batalha da fé (cf. 1 Tm. 6, 12) e testemunhar, sem temor nem hesitação, a nossa adesão a Ele, morto e ressuscitado para a nossa redenção.
Invoquemos a Rainha dos anjos e dos santos para que, sustentados pelo nosso anjo da guarda, saibamos ser cada dia autênticas testemunhas da Páscoa do Senhor.

domingo, 20 de abril de 2014

RESSUSCITOU
 

A Ressurreição aconteceu pelo poder do Pai, que ressuscitou Cristo, seu filho, e desta forma introduziu de modo perfeito a sua humanidade – com o seu corpo – na Trindade. É a prova mais forte de sua divindade, é o argumento mais convincente de que a sua doutrina e a sua obra são divinas. Tudo o que Ele disse e o que Ele fez, pela Ressurreição dos mortos recebeu a sua afirmação final. E Jesus, pelo seu poder de Deus, sobe aos céus de corpo e alma (ascensão).

“Todo o poder me foi dado no céu e na terra; ide, pois, anunciai o Evangelho a todos os povos, batizando-os, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, eu estarei sempre convosco, até o fim do mundo” (Mt 28, 18-20)

domingo, 13 de abril de 2014



Reflexão para o Domingo de Ramos



 

O Senhor é aclamado como se faz a um general romano ou a um heroi egípcio quando de sua chegada à sua cidade, à sua terra, após uma gloriosa vitória.

Apenas algumas diferenças: o Senhor ainda vai consumar sua luta e, enquanto os vencedores trazem consigo o espólio dos vencidos e os próprios vencidos como troféus, será o Senhor o próprio espólio, o grande serviçal, o escravo de todos nós.
Esse gesto nos recorda um trecho da segunda leitura de hoje, da Carta de São Paulo aos Filipenses, que diz: “Não deveis fazer nada por egoísmo, ou para sentir-vos superiores aos outros, mas cada um de vós, com toda a humildade, considere os outros superiores a si mesmo, ninguém procure o próprio interesse, mas antes o dos outros.” O Senhor buscou apenas o nosso interesse, ou melhor, o interesse do Senhor é a nossa salvação.

Jesus entra em Jerusalém, montado em um jumentinho. Isso significa que entra na cidade que é sua para fazer com toda a Humanidade, uma missão de paz, ainda que essa paz tenha como preço sua própria vida.
Cristo entra em Jerusalém para entregar-se como oferta ao Pai, em nome de cada um de nós. Ele se coloca em nosso lugar e sofre as consequências que nosso egoísmo, nossa falta de amor e de perdão ocasionaram. Ele é o verdadeiro cordeiro pascal, a verdadeira vítima. Seu corpo é o pão e seu sangue é o vinho. Somos redimidos, para sempre, por seu sangue derramado. De fato, Jesus Cristo é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

Outro ensinamento, agora colhido da leitura da Paixão, este ano, a de São Mateus, é sobre a retaliação e a paz . Jesus impede que Pedro continue sua ação de punir o soldado que o ofendera e diz a ele: “Guarde a espada na bainha!” e cura Malcolm. Somos filhos da paz! Nosso Rei é o Principe da Paz, o Pacificador.

Que este início da Semana Santa nos comprometa com o projeto de Jesus para nós. Sejamos irmãos, sejamos filhos do mesmo Pai de nosso Senhor.
Que a humildade e a paz sejam nossos tesouros, recebidos através do sacrifício redentor do Filho de Deus!
Nossa libertação do egoísmo e da ira, da raiva, custou o sangue inocente de Jesus.
Valorizemos, com gratidão e amor, o sacrifíco do Senhor por nós.

Cesar Augusto dos Santos, SJ


terça-feira, 8 de abril de 2014


 VIA-SACRA

 


«Se alguém contemplasse de longe a sua pátria mas separada pelo mar, veria aonde chegar, mas não disporia dos meios para ir até lá. O mesmo se passa connosco… Vislumbramos a meta a alcançar, mas pelo meio está o mar … Ora, a fim de que pudéssemos dispor também dos meios para lá chegar, veio Aquele para quem nós queremos ir… e forneceu-nos o madeiro para atravessarmos o mar. De facto, ninguém pode atravessar o mar presente, se não é levado pela cruz de Cristo… Não abandones [pois] a cruz, e a cruz te levará».

Estas palavras de Santo Agostinho, tiradas do seu Comentário ao Evange­lho de João (2, 2), introduzem-nos na oração da Via-Sacra.

 De facto, a Via-Sacra quer estimular em nós este gesto de nos agarrarmos ao madeiro da Cruz de Cristo ao longo do mar da vida. Por isso, a Via-Sacra não é uma simples prática de devoção popular com carácter sentimental; mas exprime a essência da experiência cristã: «Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me»
(Mc 8, 34).