A CAMINHO DA ALEGRIA…

A Quaresma é, antes de mais, um tempo privilegiado para nos abrirmos, e deixar que o Amor de Deus nos transforme e irradie tudo o que está à nossa volta.
É, pois, um convite a voltarmo-nos para a fonte da Vida, do Amor e da Luz: Cristo no mistério da sua Páscoa de morte e ressurreição.

Uma palavra do Evangelho da Paixão segundo S. Mateus pode iluminar este sentido da Quaresma, quando Jesus diz aos discípulos: “Ide à cidade, a casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa” (Mt 26,18).
Esse “tal”, é cada um de nós. Eis pois o que Jesus nos diz a cada um: “O meu tempo está próximo”: é o tempo da manifestação do meu amor por ti até ao fim, o tempo em que eu desejo “celebrar a minha Páscoa em tua casa”, contigo, na intimidade do teu coração, na verdade do teu ser, da tua carne, da tua vida.
Páscoa significa passagem.

Deixa-me passar em ti, na tua casa. Deixa-me fazer-te passar da morte à vida, através das tuas fraquezas e dos teus fracassos, dos teus sofrimentos e dos teus medos, oferecidos ao meu coração trespassado e entregues nas minhas mãos crucificadas.
Queres deixar-me dar à tua vida, à tua história, ao teu quotidiano, o seu sentido pleno e toda a sua medida interior?
Na noite de Páscoa seremos, então, iluminados pela luz de Cristo ressuscitado! Estes 40 dias da Quaresma, a caminho da Páscoa, são um tempo que Deus nos oferece como tempo privilegiado de graça, de verdade, de libertação para reencontrarmos o gosto de Deus, a alegria de viver, a frescura da nossa fé e do nosso amor.
É nesta perspectiva, que adquirem profundo significado os tradicionais meios pedagógicos para o caminho quaresmal: o jejum como despojamento do supérfluo, a oração como intimidade e escuta de Deus, a esmola como partilha do amor.

AMOR A JESUS.

Amar Jesus de todo o coração,
significa, que Ele é o nosso primeiro amor.
Ele vem antes de tudo e de
todos. Os nossos corações pertencem-lhe completamente.
Quanto mais amamos Jesus, mais somos capazes de amar os outros.
Ele é a fonte do amor, e quanto mais vezes formos beber dessa fonte, mais cheios desse amor ficamos.
Amar Jesus com o coração, significa, que não deixamos mais nada ocupar o lugar central de nós mesmos, lugar que só a Ele pertence.
Amar Jesus com o coração, significa, que estamos dispostos a fazer o que Ele nos pede, não importa o quanto isso nos custa, não importa a nossa vontade, importa sim, fazer a sua vontade, que é sempre o melhor para nós.
Pelo grande amor que nos tem, só Ele sabe a melhor maneira de nos conduzir. O seu braço é forte e no seu amor estamos sempre protegidos.
Amar Jesus com o coração, significa, estarmos comprometidos com Ele diariamente, em oração de coração e com o coração NELE, para melhor podermos conhecer a sua vontade.

Amor...

Sucede que o amor é de tal forma que não admite meias-medidas: se existe é para sempre. Se aquilo que se entrega não é tudo, esse amor não tem a qualidade necessária para se tornar no fundamento de uma família. Não pode ser alicerce nem raiz. Não será fecundo. Dará frutos apodrecidos, como, infelizmente, temos verificado tantas vezes.

O amor não admite o cálculo. Não faz contas. O amor é louco.
"É uma loucura amar, a não ser que se ame com loucura", dizia o velho adágio latino. Mas hoje cometemos a loucura, e a tolice, de amar sem loucura... Fazemos as nossas contas e os nossos cálculos. Avançamos as peças do nosso xadrez, mas com o cuidado de prevermos uma fuga, para o caso de ser preciso bater em retirada.

Medo de que o casamento não corra bem. O amor e o medo não podem andar juntos. Quem tem medo não entende nada de amor. Amar é, precisamente, não ter medo. É acreditar que se possui uma força imensa. Quem ama sabe que é também possuído e protegido pelo amor. E que, por isso, caminha noutra altura; voa por cima dos gelos, dos salpicos das ondas, das pedras aguçadas. Vai por cima de um mundo muito pequeno, nas asas um fogo, em mãos de fadas. Possui outra dimensão. Parece-lhe que quem não ama é um morto-vivo...

Somos capazes de um amor assim?
Somos capazes de jogar a vida inteira no consentimento matrimonial?
Somos capazes de incluir todo o nosso ser numa palavra que dizemos e tornar de aço essa palavra pelo tempo fora, através de todos as dificuldades?

(Autor desconhecido)

Jesus.
Procuramos-te por mil caminhos e atalhos; nas asas da ilusão, nos troncos do nosso esforço.
És o Pão da nossa fome e não sabemos. Embora contido no nosso conhecimento, estás para além dele; embora sejas finalidade nas Igrejas, estás acima de todas elas­­­­­­­­­­­­­ – Tu as habitas, mas excedendo-as; escapas às palavras com que te queremos dizer; tornas ridículos os nossos excessos afirmativos; questionas os dogmatismos; desmontas as teses das nossas teologias; e fazes tudo isto com a simplicidade dum sorriso de criança, com o apertar das mãos de um amigo.