Erguendo a voz, Jesus disse:

Quem acredita em Mim, não é em Mim que acredita, mas Naquele que me enviou; e quem Me vê a Mim, vê Aquele que Me enviou.

Eu vim como luz ao mundo, para que todo aquele que crê em Mim não permaneça nas trevas. (João 12, 44-46)



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

NINGUÉM SABE NADA…

Tudo é vaidade nesta vida,
Que acaba por ser ofendida,
Por quem nunca a entendeu…
 
Ninguém sabe o que aqui faz,
Nem nunca vai se capaz,
De saber porque nasceu…
 
Todo aquele que critica,
Nem percebe que edifica,
A prática que o mal exerceu...
 
Não aprendeu com a desgraça,
Nem viu que foi uma mordaça,
Que outro por si recebeu…
 
E é sem escrúpulos que realça,
A vida nua e descalça,
Daquele que se perdeu…
 
Serviu-se Deus do mais forte,
Para o fraco ter a sorte,
De receber o que não mereceu.
 
Ninguém é bom porque quer,
E o mau também não quer,

O mal que lhe aconteceu…

 
Por isso ninguém sabe nada,
Que fique de boca calada,
E receba o que vem de Deus…

Conceição Ferreira
 

domingo, 25 de novembro de 2012

QUEM NOS TRARÁ A PRIMAVERA?

 «Por vezes, como disse Goethe, o nosso destino parece uma árvore de fruto no Inverno. Ninguém diria que aqueles ramos hão-de ficar verdes e florir de novo, mas temos confiança, nós sabemo-lo.» 

Depois de cada Inverno, nunca sabemos os ramos que em nós voltarão a florir, nem quais teremos perdido para sempre.
Nunca sabemos a duração de cada Inverno em nós: no coração de alguns parece durar eternamente.
Perguntamos: quem nos trará a Primavera? Quem nos devolverá a inocência dos pássaros e a frescura das manhãs?
É preciso gritar e deixar que a violência do grito rebente no coração, como as trovoadas rebentam na terra as águas de Maio.

É preciso essa dor de nos deixarmos abrir, não ceder à tentação da fuga.
Fechados, tornamo-nos estranhos a nós próprios, enlouquecidos e sós, perdemo-nos profundamente, morremos devagar.

É pelos outros que nos conhecemos e encontramos.
Construímo-nos em relação, num diálogo marcado pelo amor, pela dádiva, pela tarefa de realizar um projecto de vida em que o outro se constitua como referencial absoluto.
 O amor é um acto de fé. Torna-nos vulneráveis e expostos, abre fendas por onde podem penetrar o sofrimento e a dor, ou o calor que traga de novo a Primavera ao nosso destino para que se cumpra, para que de novo a árvore rebente e floresça, para que cada fruto estale e o sumo inunde a boca que o tocar.»

 Henrique Manuel